A vida sempre está por um fio

Outro dia estava dirigindo na Rodovia Anhanguera com minha filha e o trânsito começou a travar, nada muito diferente do que às vezes acontece, principalmente pela manhã.

Fui andando na pista da esquerda e, de repente, me deparo com uma ambulância de socorro da CCR – administradora da rodovia, uma moto e um carro parados ao lado, um corpo no chão e um paramédico fazendo massagem cardíaca. O senhor que estava sendo socorrido estava de boca aberta, olhos abertos, mas parecia não estar mais lá…

Foi por alguns segundos que meu carro passou ao lado dessa cena, nesse momento levei um choque, não só por conta do que estava vendo, mas por conta de presenciar que a vida está sempre por um fio.

Fiquei imaginando que aquele homem deve ter uma família, que saiu cedo para trabalhar, achando que voltaria para casa à noite e jantaria com os seus, mas nada disso vai acontecer.

Imaginei a esposa, os filhos, os irmãos…enfim, todos aqueles que convivem com esse homem e não mais poderão ter a sua presença.

Que choque! Eu posso não voltar para a casa hoje! Meu marido pode não voltar para a casa hoje, minha filha…

E me pergunto por que não temos essa consciência o tempo todo? A vida é tão breve, a única certeza que temos é da morte, desde o primeiro ar que entra em nossos pulmões na maternidade já estamos morrendo. Assustador, mas é real.

E fiquei em choque por algumas horas durante aquele dia, pensando na vida…sofremos, lutamos, nos desgastamos por tão pouco e para que? Se o sentido da vida não for ser feliz, não ter uma boa convivência com as pessoas e deixar uma saudade gostosa quando partirmos, então não sei o que estamos fazendo nesta Terra.

Que a cena descrita acima nos sirva para refletir e ter a consciência que esta vida só vale a pena se formos felizes! Abraçar, dar muitos beijos, fazer carinho, mimar, fazer o que gosta, fazer a diferença na vida de alguém ou de muitas pessoas, mas sobretudo amar, amar muito, amar tudo que você tem, amar sua casa, seu lar, os seus entes queridos, a vida…simplesmente amar e não se preocupar tanto, porque no fim tudo se resolve de uma maneira ou de outra, porque o amanhã não sabemos se vai chegar e o importante será levar daqui só o que realmente importa: o amor, o resto ficará!

Pense Nisso…

Silmara Cezar – Terapeuta