Reflexões sobre o amor

O amor é algo tão complicado para a maioria de nós, ele deveria ser simples, mas não é.

Recentemente recebi pela espiritualidade uma informação importante para o meu trabalho de terapeuta com clientes que estão passando por separações dolorosas, feridos, magoados, não entendem porque o relacionamento não deu certo. A informação passada pelo meu canal mediúnico traz o esclarecimento sobre como funciona o amor entre o casal.

Na comunicação que chegou eles ressaltaram que o amor que você sente por alguém não tem o poder de transformar o outro, salvar o outro.

Muitas vezes achamos que temos esse poder e esquecemos que o nosso amor só pode nos transformar e nunca ao outro.

Quando você tem a clareza disso, você aceita como o outro é, isso te apazigua.

Entender que o amor pelo outro é só um transbordar do amor que existe dentro de nós dizima qualquer possibilidade de se colocar como vítima em um relacionamento íntimo-afetivo.

O amor que você sente pelo outro jamais vai transformá-lo, mas o amor que você sente pelo outro tem o poder de TE transfomar!

Achamos que é o amor do outro que transforma a gente e não é! Isso é uma ilusão, depositamos em cima dos ombros do outro todas nossas expectativas, carências, aprovações, sombras, como se o outro fosse resolver tudo, por isso tem amores que te derrubam e te jogam em cima de uma cama com depressão, mas a culpa não é do outro, é sua!

O amor do outro nunca irá te salvar! O amor que você sente pelo outro esse sim consegue fazer por você mesmo, transformar a você mesmo.

O seu amor por determinada pessoa deve ser a mola propulsora para te transformar e jamais esperar que o outro faça isso, porque você vai sofrer, vai se frustrar, o outro jamais terá essa capacidade e nem deve ter, isso tem que ser um trabalho de autoconhecimento e de amor-próprio seu.

O seu amor quando bem estruturado dentro de você, em forma de amor-próprio tem a capacidade de interagir com qualquer pessoa e passar pelas situações mais difíceis da vida.

Imagine um casal que passa por dificuldades financeiras, se ambos não estiverem muito bem consigo mesmos, com amor-próprio fortalecido começara uma série de acusações e vitimismos, porque não temos o entendimento do amor verdadeiro pelo outro. A falta de recursos, por exemplo, para dar um presente será encarada como falta de amor, falta de cuidado, isso abrirá um rombo enorme no seu peito, mas quando você realmente ama o outro, porque esse amor transborda dentro de si e naturalmente é entregue ao outro, você não precisa de recompensas, não precisa de nada. Sei que é algo bem complexo, porque nossa sociedade fala muito em dar e receber, nas trocas entre o casal, mas para que isso seja algo natural os dois devem ter amor-próprio, aí tudo acontecerá naturalmente, nada será forçado. Se o casal não tiver dinheiro e não conseguir dar presentes, por exemplo, o outro jamais ficará ofendido, porque ele sabe que não é o presente que demonstra amor, presentes muitas vezes são dados por obrigação. O que demonstra amor é o caminhar juntos, integrados e partilhando algo que transborda dentro de cada um.

Você só conseguirá amar e se entregar, fazer uma troca saudável, se primeiro o amor estiver muito bem solidificado dentro de você, isso é o que chamamos amor-próprio. Não dá para ser do outro o que não é para si ainda.

Caso isso não aconteça serão relações muito difíceis, pautado nas carências, na busca da aprovação, nas acusações e cobranças.

Acredite no amor que está dento de você, ele que é transformador e não o amor do outro para você. Porque se for assim ele frustra, sempre quer algo em troca e o amor verdadeiro não espera nada em troca, ele te fortalece e flui naturalmente. A realização do que queremos se dá por meio de nossos próprios esforços, nunca jamais colocando a responsabilidade no outro.

Amor-próprio traz otimismo, positividade, autoconfiança e autoestima. É uma fé inabalável em si mesmo. Nos dá inteligência emocional e controle de nossas ações e emoções.

Quando temos amor-próprio temos empatia e compreendemos os outros. O amor-próprio não guarda rancor, quando um relacionamento acaba ele não te coloca como vítima, ele não fica amaldiçoando o parceiro(a), ele é grato pelos momentos vividos e pelos ensinamentos que o outro trouxe.

Por meio dele acessamos o verdadeiro amor ao próximo.

Mas só conseguimos ter amor-próprio quando olhamos para nossa criança interior, sem esse trabalho, sem essa cura é praticamente impossível estar inteiro e se bastando.

Nela, na criança, reside todas as feridas, carências, expectativas e frustrações, foi lá nesse período da vida que começamos a distorcer o amor, porque nossos pais não souberam fortalecer nosso amor-próprio porque muito provavelmente nem eles tinham dentro de si.

Até mesmo para cuidar e amar um filho precisamos ter amor-próprio, assim saberemos por limites, saberemos fazer trocas saudáveis e saberemos fortalecer algo precioso dentro deles, a autoestima.

O amor-próprio é a ostra e a autoestima é a pérola dentro da ostra.

Quando conseguirmos criar filhos com a autoestima fortalecida e sabendo o que é realmente o amor, esse mundo vai se transformar verdadeiramente.

Olhando pelo lado espiritual sabemos que em todas as coisas é preciso ter amor-próprio antes de mais nada, amor-próprio que gera convicção para enfrentar as dificuldades que se está vivendo, ele nos traz o amor incondicional, o amor que Cristo Jesus tanto nos falou, mas ele primeiro passa por nós. Com esse amor eu vou ter compreensão, paciência, resignação, o amor tudo suporta, porque o amor é espera, o amor não agride, o amor não quer que a pessoa amadureça sem ter passado pelas fases, mas esse amor tem que ocorrer primeiro dentro de nós, quando eu me amo eu sei colocar limites, eu tenho a compreensão que o outro está em um momento difícil, quando eu me amo eu não fico alimentando mágoa, eu compreendo que se o outro não consegue entregar o amor é porque ELE está doente, quando eu me amo eu trabalho dentro de mim os melhores sentimentos e eu o dou a todos que cruzem meu caminho, independente se vou receber algo em troca. Na lei da ação e reação quando eu me amo automaticamente eu dou amor e recebo amor.

Se eu me amo eu ofereço o meu melhor e sei que mereço receber o melhor. Não tenham medo de amar, somente os que amam conseguem galgar a evolução que o Cristo Jesus nos trouxe, amar os outros como a si mesmo, ou seja, sem amor-próprio, sem auto perdão e paciência consigo mesmo você não conseguirá amar o outro.

Se eu tenho amor-próprio eu estou pronta (o) para amar a todos.

Porque amor começa primeiro em nós, para nós mesmos. E, então, ele se espalha para o Universo!

Silmara Cezar – Terapeuta

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